Nota técnica sobre manutenção de isolamento, divulgada por grupo de estudos da Ufam, mostra que pelo menos 1,2 mil vidas foram salvas no Estado.
Nos meses de abril e maio, a paralisação do transporte por meio fluvial no Amazonas impediu que pelo menos 123 mil pessoas fossem infectadas pelo novo coronavírus, poupando cerca de 1,2 mil vidas, de acordo com uma pesquisa do Subcomitê de Combate à Covid-19 da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Os dados consideraram o número de pessoas que trafegam pelo Porto de Manaus, entrando e saindo da cidade pelas embarcações. O Governo proibiu viagens de barco para passageiros no estado, como medida de prevenção ao novo coronavírus, que, até esta sexta-feira (5), já infectou mais de 47,6 mil pessoas em todo o Estado.
O presidente do Subcomitê e doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia, Renan Albuquerque, explicou que os estudos consideram a taxa de espalhamento do vírus, de que uma pessoa infectada por Covid-19 pode transmitir a doença para outras três. As informações constam em uma nota técnica divulgada pelo grupo de estudos sobre manutenção do isolamento.
“Cerca de 21 mil pessoas por mês transitam pelo Porto de Manaus. Com as medidas de restrição, cerca de 42 mil pessoas deixaram de ir e vir para a capital de barco, em dois meses. Uma pessoa infectada transmite o vírus para outras três, então você multiplica o número de pessoas que deixaram de circular no porto por 3. Com a margem de erro você tem 123 mil pessoas que deixaram de circular e espalhar o vírus”, explicou.
Parte do comércio de Manaus voltou a funcionar na última segunda-feira (1º), após o Governo anunciar um plano de reabertura, definido por ciclos. O transporte fluvial será contemplado somente no último ciclo, quando outras atividades serão abertas, no dia 6 de julho. Segundo o pesquisador, pelo menos 15 mil pessoas por semana podem ser infectadas com as medidas de relaxamento no transporte fluvial.
“Manter o mínimo de controle de isolamento sobretudo, no âmbito do transporte fluvial ajuda a gente a conter essa taxa de espalhamento, o contágio, até porque a doença está sendo interiorizada”, finalizou.
|